Depoimento de Valter
Recordo da minha iniciação a leitura
que começou antes de ir à escola com os gibis que tinhamos em casa,eram
coleções de todos os personagens, eu adorava os Marveis,fazia minha leitura dos
quadrinhos sem saber decifrar as letras nos balões,minha família era
evangélica, a leitura dos textos evangélicos em casa era obrigatória,dessa
forama a leitura estava muito próxima do meu círculo de vivência.Depois que
aprendi a dicifrar as palavras e enteder as histórias,fiquei facinado pelo
mundo mágico e diferente que estava vivenciando,lia tudo, com isso peguei gosto
pela leitura,o hábito da leitura nasceu em mim,meu primeiro romance que li foi
O Exorcista,tive que ler escondido,pois na capa havia uma ilustração não
apropriada a religião do meu lar,até hoje rio sozinho ao lembrar daquela
criança escondendo um livro proibido para ler.
Por vocação da leitura e boa
desenvoltura com a palavra, nos finais de ano era convocado a recitar enormes
poemas,apesar da pouca idade,à frente da igreja.Talvez por isso penso hoje que
essa obrigação me distanciou da leitura dos grandes poetas, que passei a
conhecer somente em exercicío da licenciatura.
Já na minha rebelde adolescência, a
leitura teve um papel importante e traçou minha personalidade.Os autores eram
como meus ídolos musicais.Era um jovem com cabelos ao vento e ideais de paz e
amor.A literatura concretava aquele alicerce tão juvenil,por esse caminho meu
destino se deparou com o curso de Letras contra à vontade de meus pais,que
achavam que fazendo Direito seguiria o caminho da família,mas a paixão por tudo
aquilo que construira, foi mais forte,pois a paixão pela leitura me fez estar
aqui nessas linhas,onde me encontro no que sou.
Depoimento
da Vera
Ler e Escrever: Primeiras Experiências
A partir
da leitura dos textos propostos pelo curso, comecei a me lembrar de como me
apropriei das habilidades de leitura e escrita a ponto de se tornarem o centro
de minha vida. Como diz Danuza Leão “sou uma anarquista mental”, leio tudo que
me cai às mãos, não importando o gênero.
Na
primeira série, após o término da cartilha, ganhávamos um livro chamado
Meninice. Recebê-lo teve para mim um quê de sagrado. Não deixava ninguém pegá-lo,
dormia com ele ao lado da cama e em pouco tempo já o havia lido inteiro. No
exame final de leitura, que havia nessa época, fui chamada à frente do diretor
que abriu aleatoriamente o tal livro e pediu-me para ler o texto “As pedras da
minha rua”. Li direitinho, apesar do tremor nas pernas, pois já o havia lido
tantas vezes que quase o havia decorado. Tirei a nota máxima e ganhei um abraço
do diretor e meu primeiro livro “importante”: Nas terras do rei café. Nunca
mais parei de ler.
Junto ao
domínio da leitura veio também a vontade de escrever histórias. Quando a
professora propunha à classe “Composição à vista de uma gravura”, eu viajava.
Unia as minhas vivências aos “sonhos que foram sonhados” por outros e criava
histórias mirabolantes que frequentemente eram lidas pela professora para toda
a classe. Contar histórias criadas por mim ou lidas em livros de escritores
famosos é um hábito que guardo até hoje e posso garantir que meu netinho e meus
alunos adoram.
Depoimento
de Vilma
Como
tudo começou...
Quando
iniciei o 1º ano primário, com 6 anos e meio, já sabia ler e
escrever, pois foi minha mãe, que embora tivesse só até o 4º
ano primário, era uma grande leitora. Lembro-me de que desde muito
pequena ela já contava, lia e até interpretava as personagens. Aprendi de
cor e salteado as histórias de chapeuzinho vermelho, três porquinhos, patinho
feio...
Depois
me ajudou no contato com as primeiras letras, em seguida
vieram as sílabas para formar meu nome, que alegria!!! E por fim as frases e os
pequenos textos da famosa cartilha “Caminho Suave”
Uma
lembrança: Por aprender ler e escrever bem cedo, tinha a
facilidade de decorar, principalmente poemas (famosos versinhos daquela
época). Portanto, quando ocorriam as datas comemorativas era sempre eu que “recitava”.
Certa vez, a professora não me selecionou, para dar oportunidade a outros,
mesmo assim eu decorei os “versinhos” de todos e quando chegou o dia da
apresentação, alguém faltou e lá fui eu novamente.
Vanúbia:
Minha experiência com a
leitura e escrita foi acontecendo naturalmente eu gostava de observar meu irmão
que é mais velho escrevendo ,lendo ,desenhando ele desenha muito bem e fui
aprendendo com ele a escrever meu nome a começar a ler histórias , mas assim
que entrei na escola no pré- primário foi o momento que realmente fui
alfabetizada ,adorava quando a professora lia as histórias na sala de
aula viajava me imaginava dentro da história ,na 1 série a história
que mais me marcou ate hoje foi Chapeuzinho Vermelho ,acho que li umas
mil vezes, e também inventei muitos finais engraçados para essa história,
também não me recordo muito bem mas fizemos um teatro com a história do
Sitio do Pica Pau Amarelo foi uma experiência muito interessante ,a professora
leu para sala e juntos produzimos a história cada um deu sua ideia e fizemos
uma nova versão e apresentamos no anfiteatro da escola ,não me recordo
muito bem foi mais ou menos assim ,nunca tive incentivo a leitura
em casa por parte dos meus pais, que também não concluíram os estudos ,não
possuem o hábito de leitura , foi na escola que realmente aprendi a
escrever ,sempre gostei muito de frequentar a escola minha mãe nunca teve
problemas comigo chegava o horário de ir para escola já estava pronta
esperando meus colegas, e assim fui com o passar dos anos desenvolvendo minhas
habilidades e competências leitora e escritora.
Depoimento
de Suzete
Já se
passaram muitos anos, desde os meus 6 anos. Sempre fui uma boa aluna, o domínio
da leitura e escrita veio de forma natural, na escola. Trilhei o caminho da
cartilha “Caminho Suave” para mim foi mesmo suave, não tenho consciência se o
foi para os outros, ouvia falar em repetência, fila dos fortes, mas crianças
não tem o mesmo tabu dos adultos, éramos crianças. Gostava
de recitar, decorava as poesias e declamava à época das datas comemorativas.
Livros
eram relíquias! Não havia bibliotecas, lia o que a professora proporcionava de
leitura. Que bom que tive excelentes professoras, que acho que gostavam de ler,
pois nos convidam a fazê-lo. Já no “ginásio” deparei-me com a literatura
brasileira: A moreninha, a
Escrava Isaura, entre outros
títulos eram também novelas, que delícia acompanhar toda a história com vida na
telinha da TV, preto e branco, o colorido era dado por minha imaginação. Vila Sésamo, que
saudade! Contava, cantava e
aprendia com os personagens: Garibaldi, Caco, Ênio e Beto etc.